CINCO RAZÕES PARA CRIAR ABELHA SEM FERRÃO.

CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO

A criação de abelhas indígenas sem ferrão vem crescendo gradativamento em todos os estados brasileiros. Essa atividade, conhecida como meliponicultura, foi inicialmente desenvolvida pelos índios, e vem, ao longo dos anos, sendo praticada por pequenos e médios produtores, e pesquisadores.

Há, pelo menos, cinco razões que justificam o interesse crescente por esse grupo de abelhas:

1. As abelhas sem ferrão são os principais agentes polinizadores de várias plantas nativas. Preservar essas abelhas contribui, portanto, para conservar os mais diversos tipos de vegetação.

2. Há muitos agricultores utilizando as abelhas sem ferrão na polinização de culturas agrícolas tais como urucum, chuchu, camu-camu, carambola, coco-da-bahia manga morango etc.


3. O mel produzido pelas abelhas sem ferrão contém os nutrientes básicos necessários à saúde, como açúcares, proteínas, vitaminas e gordura. Esse mel possui, também, uma elevada atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado contra doenças pulmonares, resfriado, gripe, fraqueza e infecções de olhos em várias regiões do País.

4. Além de fonte de alimento e remédio, o mel produzido pelas abelhas sem ferrão representa, em algumas regiões, uma importante fonte de renda. Alguns meliponicultores conseguem coletar de 2 a 4 litros de mel/colônia/verão/ano, o que, segundo minhas observações, está muito abaixo do potencial de produção das abelhas sem ferrão. O preço, porém, é compensador. Um litro de mel é vendido por R$ 60,00, podendo alcançar até R$ 100,00 nas regiões metropolitanas. Como os custos para a criação são baixos, a meliponicultura é uma fonte de renda com pouco investimento.


5. São, de um modo geral, abelhas bastante dóceis e de fácil manejo. Por isso, dispensam o uso de roupas e equipamentos de proteção tais como macacão, luvas, máscaras e fumegadores, reduzindo os custos de sua criação e permitindo que essas abelhas sejam mantidas perto de residências e de criações de animais domésticos. Além disso, não exigi força física para o seu manejo, a criação dessa abelhas pode ser facilmente executada por jovens e idosos.

Estima-se que, só no Brasil, existam mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão. As mais promissoras em termos de produção de mel são as espécies do gênero Melipona, conhecidas popularmente como mandaçaia (nome científico, Melipona quadrifasciata), jandaíra nordestina (Melipona subnitida), uruçu-cinza ou uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata), uruçu-amarela (Melipona rufiventris), uruçu-do-nordeste (Melipona scutellaris), entre outras.

Na região sul do Brasil a mais produtora e a abelha tubuna, espécie bastante agressiva, para o seu manejo deve ser usado máscara de apicultores.

A meliponicultura é, portanto, uma atividade de baixo impacto ambiental, que produz um alimento de elevado nível nutricional, de retorno financeiro garantido.

Se bem planejada, a criação de abelhas nativas em caixas racionais pode enquadrar-se, perfeitamente, nas atuais diretrizes que norteiam o desenvolvimento de regiões brasileiras auto sustentavel: