INIMIGOS DAS ABELHAS.

OS INIMIGOS NATURAIS DAS ABELHAS SEM FERRÃO.

 

Todos os comedores de insetos são inimigos das abelhas, alguns não alteram o dia a dia de uma colônia, não possuem grande poder de destruição, alimentando-se, quando muito de algumas poucas abelhas, são aranhas, pássaros, lagartixa, lesma e a barata, o único pássaro capaz de destruir uma colônia de abelhas totalmente e o pica pau, conhecido no sul do Brasil por meleiro, tem outras espécies de pica pau que se alimenta de apenas algumas abelhas, o meleiro fura o tronco até chegar no ninho, e devora os favos de crias que é o seu alimento preferido.

 

      PREDADORES MENOS NOCIVO DAS ABELHAS SEM FERRÃO.

 

  

     

 

SÃO QUATRO os inimigos mais comuns e que podem destruir um ninho até sua extinção, com mortandade e perda total da colônia.

 

                                                  PREDADOR COM ALTO NIVEL DE NOCIVIDADE.

 

 

1= ABELHA LIMÃO (Lestrimelita limão):

 

São abelhas cuja natureza não as dotou de ferramentas para a coleta de alimento, conseguem o seu alimento em investidas maciças contra os ninhos de outras abelhas sem ferrão, dominando totalmente suas vítimas pela castração feromonal, elas exalam um cheiro forte e característico de cítrico (limão) quando estão em ataque, essa habilidade confere as limão uma estratégia única, ao exalar esse cheiro bloqueiam a comunicação e confundem suas vítimas.
 
As Lestrimellitas limão é uma abelha nativa que vive em colônia, tem varias rainhas, o pólen armazenado é liquido, fato raro, nas demais espécie de abelhas nativas o pólen armazenado é seco, tornando-se úmido após acrescentarem enzimas, essas abelhas não coletam produtos nas flores sua especialidade é saquear e matar as outras colônias.

 

Quando atacam, se não houver intervenção do meliponicultor, são poucos os ninho que sobrevive, principalmente se o ninho atacado não é bastante forte.

 

 

Enxames fortes e bem populosos, agüentam o ataque, mas com grandes baixas, os ninhos fracos, normalmente divisões recentes e colônias que não estejam completamente estabelecidas, podem rapidamente sucumbir a esses ataques.
São três as estratégias dos assaltos das limão: a abelha batedora, o número de indivíduos que atacam, e o cheiro característico delas.
Inicialmente, num dia quente, uma abelha limão batedora investiga uma colônia potencialmente boa para ser atacada, ela faz isso com revoadas constantes na entrada da colônia, sentando e saindo rapidamente, nesse momento as abelhas a ser atacada começam a se alvoroçar.
Certificada do ninho a ser atacado ela leva a notícia até a sua própria colônia e então retorna com um pequeno exército de invasoras, que já exalam o característico cheiro de limão, revoam em torno da caixa das vítimas que já entram em prontidão para a batalha, as defensoras não entregarão sua família sem lutar.
Os limões iniciam a batalha para invadir a colônia, há brigas na entrada do ninho e muitas abelhas agarram-se umas às outras, invadidas e invasoras caem ao chão, essas já estão condenadas à morte.
A quantidade de abelhas invasoras aumenta rapidamente e elas acabam furando o cerco e entram na colônia, quando conseguem entrar confundem a comunicação feromonal das suas vítimas que ficam desorientadas, as invasoras rapidamente roubam cera e com ela constroem um tubo na entrada dessa colônia, dominam completamente a entrada do ninho, por onde só entram mais abelhas limões, que agora atacam às centenas e milhares de invasoras, num ataque maciço, mais uma de suas estratégias.
Dentro da colônia, as sobreviventes normalmente abelhas novas, as quais não estiveram na frente de batalha, reunem-se num canto protegendo-se, essas sobreviventes, se a invasão não for contida vão acabar morrendo, as que não morrerem agredidas vão morrer de estresse e fome, as abelhas adultas que trariam o alimento novamente, morrerão na batalha, nos potes de mel e favos de crias, só existe abelhas limões pilhando, depois do ninho atacado e roubado seu alimento, as ladras vão embora deixando para trás a grande tragédia, após este desastre começam chegar os forídeos, atraídos pelos cheiro do alimento larvar dos favos de crias expostos, dos quais a cobertura de cera foi levado pela limões. Esta colônia esta esta condenada a sua extinção.

 

            

 

PREVENÇÃO:

 

 

Como um assalto, nunca se sabe quando as limão atacarão, mas devemos ficar mais atentos em determinadas épocas, em dias quentes e com mormaço os ataques são mais prováveis, elas raramente atacam em dias frios.
 
O costume de olhar nossas abelhas frequentemente, pode nos levar a INTERROMPER um ataque, revoadas sem motivo aparente em uma colônia de abelha sem ferrão, pode ser sinal de um eminente ataque de abelha limão.
Procurar nas redondezas de seu meliponário a presença de colônias de abelha limão instalada em troncos de árvores, caso encontrado, deve ser destruída.

 

PROCEDIMENTOS QUANDO UMA COLÔNIA É ATACADA.

 

Bloquear imediatamente a entrada da caixa atacada com um pauzinho, barro ou bombril, às vezes o ataque acontece em várias colméias ao mesmo tempo, fechar todas elas, de modo a não deixar entrarem mais abelhas limão, as invasoras que ficarão do lado de fora pousarão na caixa agora protegida, onde podem ser
mortas a tapa mesmo.
Levar a caixa para dentro de casa e colocá-la de frente para uma janela com os vidros fechados, as abelhas limão ao saírem baterão no vidro, onde poderão ser mortas, pode demorar uma hora ou mais para todas as ladras saírem, quando as suas abelhas começarem a sair ou estiverem dominado a entrada da colméia e sinal de que não tem mais limões, as suas abelhas que estiverem no vidro, deve coleta-las com o uso de sugador ou libertar abrindo a janela.
 
Para fazer a limpeza na colônia e remover todas as invasoras é bastante demorado e requer tempo do meliponicultor, Se não tiver o tempo disponível para fazer o trabalho, o melhor é fechar a entrado do ninho deixando a tarefa para depois, o importante é suspender a entrada e saída de abelhas do ninho, nunca usar qualquer tipo de inseticida, pois vai matar as suas abelhas também.

 

LEMBRE-SE SEMPRE:

 

O primeiro procedimento no caso de ataque é interromper a entrada e a saída das abelhas da caixa, não fique com pena das suas abelhas que morrerão no combate fora da caixa, pense em salvar o enxame lá dentro.

 

2= FORÍDEOS:

Pseudohypocera Kertesi

 

 

 

São moscas pequenas, em torno de 3 mm, muito rápidas, nenhuma abelha consegue pega-las no pulo.
 
 
Elas entram nas colméias pelas frestas da caixa ou pela abertura de entrada e saída das abelhas, por mais que as abelhas tentem impedir a sua entrada, as moscas são mais rápidas do que elas e conseguem o seu objetivo.
 
 
Uma vez dentro do ninho depositam seus ovos em copos de pólen aberto e no lixo que fica nos cantos da caixa, em dois dias nascem as larvas, que se não forem combatidas, produzirão uma segunda e outra terceira geração de forídeos no interior da colméia.
 
 
Suas populações crecem, as abelhas não apresentam reação em sua defesa e quando começam a se defender jogando para fora larvas, e sinal de que a colônia já esta totalmente tomada, a população dos forídeos cresce rapidamente,
as larvas, agora já em quantidades grandes consomem, além do pólen, o alimento larvas das crias, contido nas células de crias e ainda mais, consomem também as crias que ainda não nasceram que são totalmente indefesas a colméia enfraquece e sucumbe rapidamente.
 

 

INTERVENÇAO EM COLMEIAS INFESTADA.

 

Retirar todos os favos de cria, um a um, os favos de crias contaminados ou danificados, deve ser enterrado ou incinerado, os sadios colocar em outra caixa vazia e limpa, se conseguir transferir alguns potes de mel melhor, caso não, fazer posteriormente alimentação artificial, NUNCA DEIXE NA MESMA CAIXA, a caixa contaminada pelos forídeos desinfete com água bem quente ou fervendo. 

 

CONTROLE (Forídeos).

 

Manter a caixa das abelhas sempre em boas condições, evitando deixar frestas abertas, Inspecionar constantemente, nos cantos das colméias com multiplicação recente, o lixo restos de cera e fezes das abelhas, deve ser retirado, colônias forte e sadia, não deve ser manuseada para retirar lixo, este trabalho as abelhas campeira fazem naturalmente. Nesses 23 anos de trabalho com as abelhas sem ferrão, nunca tive um ataque de forídeos em colônias sadia e trabalhando normalmente.
 
Alguns meliponicultores para combater os forídeos utilizam isca a base de vinagre, NÃO ACONSELHO FAZER USO DE ISCA, PODE DAR EFEITO CONTRÁRIO, ATRAINDO FORÍDEOS DE LONGE PARA O SEU MELIPONÁRIO).
 
Usar fita crepe para cobrir as frestas das caixas, dos enxames recém multiplicados, deixar só a entrada do ninho aberta, nesse local sempre tem uma sentinela de plantão dificultando a entrada de estranho, neste caso os forídeos.

 

3= O  SOL:

 

Os ninhos naturais das abelhas sem ferrão, a maioria deles esta em ocos, espaço interno de troncos de árvores, nas quais circula seiva (água) de sua raiz até as folhas, mantendo uma temperatura constante em seu tronco, uma digna casa de classe alta, com direito a ar condicionado.
 
Nunca deixar uma caixa com abelha sem ferrão exposta ao sol, mesmo coberto com telha, as abelhas grandes adulta, resistem bem ao calor o problema esta nas crias, parte delas morrem e o ciclo de vida das abelhas fica desequilibrado, seis horas de sol por dia em sua colméia no verão forte, é o suficiente para morrer as crias novas, ocorre que, as mortes naturais das abelhas adultas superam o nascimento de abelhas novas, e a colônia as poucos vai definhando, dependendo da espécie, levar até dois anos para a aniquilação total.
 
Para que as abelhas evoluam bem, deve deixar as colônias sempre em lugar sombreado o dia todo, de preferência em sombra natural, debaixo de árvore, as abelhas sem ferrão, principalmente da região sul do Brasil, suporta mais ao frio do que o sol direto e escaldante.

 

4= FORMIGAS:

 

Há casos isolados de ataques de formiga em colônias de abelha sem ferrão que levam a sua destruição, a formiga mais perigosa, muito comum na região sul do Brasil, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a sasará, de cor negra e altamente agressiva, esta é carnívora não ataca pelo mel, e sim, pelas crias. 
 
Há espécie de formiga que vive em harmonia com a abelha mandaçaia Melípona Quadrifaciata, esta formiga e pequena três mm de cor preta tem seu traseiro grande, ficam entre as frestas da caixa sugando umidade do geoprópolis.

 

PREDAÇÃO PELA FORMIGA SASARÁ:

 

Quando a formiga batedora descobre a fonte do alimento, ela volta para o seu próprio ninho para avisar as irmãs sobre a descoberta, no início algumas poucas formigas irão aproximar-se do ninho das abelhas, mas logo será um exército de pinças armadas que terão pouca resistência pela frente.
As abelhas lutarão para defender o seu ninho, as do gênero Trigona, principalmente as mirims, têm mais recurso para defender o seu ninho, elas fazem uso de uma reserva que guardam dentro de seu ninho a própolis pura, uma substância de cor escura e muito pegajosa, estas abelhas fazem pequenas bolinhas deste material e depositam na entrada de sua morada, dificultando a
entrada do inimigo, sendo que sua chance de defesa e grande, na maioria dos casos sai vencedora.
As do gênero Melípona: Mandaçaia, Guaraipo, Manduri etc, são praticamente indefesas contra as mortíferas formigas, que com suas afiadas pinças, tomarão de assalto a colméia, morrerão as operárias, a rainha e as crias, que serão levadas pelas  formigas.
O modo de combate mais eficaz contra as formigas é criar as abelhas longe do seu alcance, isto é, para proteger o acesso de formiga, o ideal e fazer os estaleiros na vertical em PVC 100 mm ou manilha de cerâmica, 1 metro de altura é o suficiente, colocar um pote plástico transparente de boca para baixo em cima do cavalete, evita vários predadores, lagartixa, lesma, barata, formiga e principalmente aranhas, esta não gosta de luminosidade e não faz sua morada neste local.
NÃO USAR GRAXA, com o tempo reséca e os predadores passaram por cima da graxa rececada.

 

 

ESTALEIROS.

 

 COM PROTEÇÃO PARA PREDADORES RÁSTEIROS.

 

 

AUTOR: José Carlos Wegrzinoski (josecarlosjatai@gmail.com)

Pesquisador e Proprietário do Meliponário Abelhas do Sul

https://meliponarioabelhasdosul.webnode.com/